quinta-feira, 4 de abril de 2013

Sustentabilidade: Um desafio para a Arquitetura


A discussão em torno do tema sustentabilidade nunca esteve tanto em alta, entretanto é importante conhecermos o real significado desta palavra. A definição de sustentabilidade surge em 1987 com o relatório de Bruntdtland, como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades” (Organização das Nações Unidas, Comissão Brundtland, 1987).
Entretanto o termo sustentabilidade está em constante evolução, e a Organização das Nações Unidas define ainda o tripé da sustentabilidade, que, para ser sustentável deve ser: economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto, quando conseguimos equilibrar essas três esferas, temos o que podemos denominar de Sustentabilidade.
Mas o que isso tem haver com a construção civil? Tem tudo haver!
A inserção de conceitos e princípios da sustentabilidade se faz necessário e urgente na construção civil, é necessário difundir o conceito de arquitetura ecológica, que  Ennio Cruz da Costa, em seu Livro Arquitetura Ecológica, define-a como:  “a arte de construir habitações aproveitando, na luta contra o desconforto criado pelo meio, utilizando apenas os recursos imediatos propiciados pela própria natureza, sem alterar o equilíbrio ecológico do mesmo”.
                Com a globalização, a abundância do petróleo e o custo irrisório da energia a arquitetura foi deixando muitas vezes de lado alguns princípios da sustentabilidade, da construção orgânica e ecológica, deixando de se preocupar com conceitos como: conforto térmico, iluminação natural, conforto acústico etc. Passou-se então a adotar sistemas artificiais para suprir essas necessidades, como ar condicionado, sistema de aquecimento, uso excessivo e constante de iluminação artificial. O mundo atual precisa de profissionais que integrem arquitetura, ecologia e engenharia. Profissionais que projetem edifícios passivos, ou seja, que usem o mínimo de energia e que a energia que utilizem provenha de fontes renováveis. Devemos ver que esse é o único caminho daqui para frente!

O novo milênio traz consigo grandes preocupações com o nosso planeta. O efeito estufa, a crise energética, a emissão de CO2, a escassez de combustíveis fosseis, e a racionalização da água. As mudanças climáticas nos anos 80 faz com que o mundo passe a se preocupar com o meio ambiente. As taxas de redução da camada de ozônio, o aumento dos gases que geram o efeito estufa, tornam-se aparentes. Os anos 90 registraram as maiores temperaturas, sendo a década mais quente até então registrada.
Essa nova realidade que se configura faz com que se torne necessário e imediato, ações na indústria da construção civil para auxiliar nas reduções dos impactos ambientais e sociais.
 E é a partir da crise do Petróleo de 1973 que voltam-se os olhares para a construção civil e percebe-se a necessidade de discutir de uma arquitetura sustentável e autossuficiente, assim como o uso de fontes alternativas de energia, surge então o que chamamos de Arquitetura Bioclimática, que consiste em pensar o espaço, utilizando ao máximo os recursos disponíveis pela natureza, como o sol, a chuva, as vegetações etc, que anos mais tarde, somado a questões ambientais e econômicas passa a ser denominado arquitetura sustentável.
A população urbana cresce cerca de 60 milhões de pessoas por ano, já passamos de 7 bilhões de habitantes no planeta, e já somos um mundo mais urbano do que rural. As cidades estão cada vez mais inchadas, e as áreas verdes das cidades vão sendo comprimidas pela “necessidade” de urbanização das mesmas. Os sistemas naturais que agem como equilíbrio do espaço urbano estão dando espaço a ocupação desorganizada. Esse cenário estimula ainda mais a discussão presente e constante sobre cidades e cosntruções sustentáveis, que em sua essência devem cumprir o que conceituamos no início: satisfazer suas próprias necessidades sem prejudicar as gerações futuras a satisfazerem as suas. Mas ganha ainda mais um desafio: minimizar o impacto causado por décadas de ocupação desordenada, poluição e destruição do meio ambiente.
Esse breve panorama deve servir de estímulo, incentivo para pensarmos um mundo mais justo uma sociedade equilibrada e uma arquitetura ecológica.

* Adriane Savi é arquiteta da Tellus Arquitetura, especializada em construções sustentáveis. Escreve mensalmente para o jornal Folha Condomínios. Quer saber mais sobre o trabalho da arquiteta? Acesse http://tellus.arq.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário